Mãe busca assistência na DPE/MA para encontrar filho desaparecido há cerca de dois anos

28/06/2016 #Administração
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A viúva Maria do Carmo Andrade Silva, de 57 anos, buscou a assistência da Defensoria Pública do Estado (DPE/MA) para impulsionar as buscas pelo filho desaparecido, de 30 anos, que é aposentado por invalidez pela Marinha do Brasil. Após ofícios encaminhados a vários órgãos competentes, solicitando esclarecimentos sobre o paradeiro do jovem com transtornos mentais, o defensor público Benito Pereira Filho ajuizou ação requerendo a declaração de ausência de Eduardo Andrade Costa Silva, com o propósito de nomear Maria do Carmo como curadora de seus bens.

Com plenos poderes para representá-lo em órgãos e instituições públicas e privadas, a assistida da DPE/MA espera ter acesso a informações que poderão ajudá-la a encontrar o filho, que nunca foi casado e não possui descendentes. Segundo relata a viúva, o último contato de Eduardo com a família foi em 22 de novembro de 2014. Nessa época, ele já não morava mais em São Luís e mantinha contatos esporádicos com a mãe. Também foi entre os anos de 2014 e 2015 que Maria do Carmo ainda teve que conviver com outras duas perdas: a do marido, encontrado morto em casa, e da mãe, que já beirava os 100 anos de vida.

“Depois de algum tempo de ausência de Eduardo, tentando superar todo o sofrimento causado pelo falecimento de pessoas tão queridas para mim, voltei às atenções ao meu filho. Ele não era de ligar com frequência, mas no intervalo de cada três meses, em média, me dava notícias, sem informar residência fixa. Agora estamos com quase dois anos sem informações. Tenho esperança de que ele esteja vivo”, declarou a viúva.

Na sede da Marinha, no Maranhão, primeira instituição procurada por Maria do Carmo, ela soube que o último recadastramento anual obrigatório, feito por ele, foi em outubro de 2014, o que acabou resultando na suspensão de seus proventos. Informaram também que o filho se submeteu a uma consulta em unidade de tratamento, em Maceió, no ano de 2015, o que foi confirmado, este ano, em visita à clínica pela mãe em desespero. Aproveitando a estada em Aracajú, Maria do Carmo esteve em diversas clínicas de repouso e afins, hospitais e até no Instituto Médico Legal (IML). Registrou, ainda, boletim de ocorrência na Polinter de Maceió, e também na do Maranhão.

Já em São Luís, a mãe foi orientada a procurar ajuda nas Defensorias Públicas do Estado e da União. Atendida no Núcleo de Defesa do Idoso, Pessoa com Deficiência e da Saúde, na DPE/MA, Maria do Carmo encontrou alento para sua angústia. Segundo o defensor Benito Filho, além da Marinha, o Ministério da Justiça e a Polinter do Maranhão receberam ofícios, solicitando informações sobre Eduardo e pedindo empenho nas buscas pelo desaparecido. “Como até o momento não recebemos informações que colaborem na elucidação do caso, entramos com a declaração de ausência, para que a mãe, além de defender os direitos do filho, tenha acesso a informações que possam contribuir com as investigações”, explicou.

Surto - A luta e o drama de Maria do Carmo tiveram início em 2008, quando Eduardo Costa Silva, na época com 22 anos, passou em concurso público na Marinha do Brasil e foi convocado para prestar serviço em Santa Catarina. Naquele mesmo ano, ele foi acometido por um surto psicótico, tendo que ser internado em clínica especializada para tratamento e reabilitação, durante 30 dias. “Ele sempre foi um rapaz muito reservado, estudioso, e nunca havia apresentado problemas psicológicos. Quando aconteceu o surto, fui chamada para Florianópolis, onde fiquei durante 12 dias, acompanhando a recuperação do meu filho”, contou ela.

Ao receber alta, o jovem voltou a São José de Ribamar, município da Ilha onde residia os pais. Passados 30 dias, sem avisar à família, viajou a Belém para retomar suas atividades na Marinha, momento em que teve o seu segundo surto psicótico. Internado novamente, fugiu da clínica no mesmo dia, voltando para o Maranhão. Por conta da gravidade da situação, com o aval do corpo clínico da Marinha, Eduardo foi aposentado/reformado por invalidez. Passado esse momento, o jovem decidiu cursar a graduação de Direito, em São Paulo. “Além de fazer contato com a família, ele também nos visitava, nos períodos de férias. De 2011 para cá, passou a ligar de diferentes cidades, com DDD diferentes, de São Paulo, Goiás e, por último, de Maceió”, finalizou.

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